Sou uma mulher como outra qualquer, eu transpiro, eu tusso, sou baixinha, meio atarracada, arredondada e toda coberta de pelos dourados. Sou Flavia, uma das flávias do começo, órfã da Vida, morta para o Amor e rejeitada pelo Mundo: A Cobaia perfeita <3 Uma das não-merecedoras da tamanho privilégio. Estou no paraíso sem ter feito nada para isso! Esta é sem dúvidas uma situação bastante perigosa, você se sente uma rainha mas não passa de um experimento. E neste reencarnação como cobaia recebi muitas mais bendiciones do que tinha recebido como humana, assim entre mortos e feridos, saí ferida mortalmente. com um poderoso Violeta conseguia levar rapidamente os programas ao seu apogeu e assim promover uma certa agilidade no trânsito transmigratório das almas, coisa meio complexa, tanto que enrolei até hoje para tentar expressar com claridade, de modo inteligível, para finalmente me arriscar à expor alguns ensinamentos, documentos, um pequeno conto escrito por Juan ( El día que Marta López se sentó en el medio de la Plaza) que deu origem à novela A Iluminada, que repasso aqui na tradução da querida Zelinda Orlandi Hypólito que me traduziu em São Paulo lá nos anos noventa quando tudo era novidade, e as estrelas, um irreversível mistério. Nesta época eramos do grupo semeador, e semeávamos para entender, decodificar.
Descendo pelo muro de pedras que os antigos tinham legado a estes atuais, havia uma fratura e uma pequena passagem até uma nascente, dali colhiam a água que utilizavam para todas suas necessidades cotidianas, excluídos os banhos, atividade que praticavam um pouco mais para baixo, onde a água tinha uma queda, um chuveiro natural. Foi naquela entrada mesmo que começou o arrasta-pedras novamente, só que desta vez as pedras vinham da Cidade de São Thomé das Letras, em caminhões e cortadas em quadrados rosas e brancos. que enfileiraram de maneira circular como abraçando uma das minhas saliências, parecia como uma representação minha, uma máscara! Ficou bonita e muito engraçada, depois descobri que ali se cozinhavam sopas pães e sonhos. E a hora de contar o sonho era logo pela manhã, surgiam todos aqueles relatos que só faziam sentido no mundo onírico, e quem entrasse ali nesse momento iria ficar confuso com as letras dos sonhos.
- quanto tempo faz que você chegou?
Se ouvia esta pergunta com frequência, eles se faziam uns aos outros sem cessar,
-você veio de onde?
Esta era outra campeã!! Eles eram divertidos e eu não via mau algum nisso, quero dizer, não representavam uma ameaça para mim. Tampouco imaginava que eles eram da raça em extinção, sempre tinha ouvido falar de baleias golfinhos e animais fantásticos e seres fabulosos que eu nunca vi. Nunca vi o mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário