domingo, 12 de novembro de 2017

Montanha Louca: Segundo Tempo. Montanha Adentro. Deep Mountain.


Descendo pela trilha da Cozinha Um, montanha abaixo, tem uma charmosa mata intocada, fechada e um tempo de aulas, construções, bibliotecas, malocas, pau à pique, duendes e conspirações.
Estava dormindo ao relento, na Cozinha 3, no aconchegante calor que emana da Terra, afofeada de ervas aromáticas, medicinais, tendo por teto todas as estrelas para mim, quem nunca tenha feito, que experimente! Não há prazer maior do que fechar os olhos embaixo de um céu todo estrelado.
Quando o dia começa a clarear, os animais ficam em festa, é fazem uma barulheira tal para saudar o novo dia que não há espécie que consiga continuar dormindo...
Sou mais uma espécie da Terra como outra qualquer, abri os olhos e o vi, parado ao lado do meu corpo, mais exatamente parado do lado esquerdo próximo à minhas pernas, me fitando. Fechei imediatamente os olhos caso fosse real, estou sonhando!, pensei, a imensa curiosidade me fez abrir os olhos novamente,
Lá estava ele, imóvel no mesmo lugar, poderia ser um rosto humano mas estava todo coberto de pelos, não posso assegurar que levava roupas, mas me lembro que havia colorações diversas para baixo do seu pescoço. Me fitava e me fitava com seus olhos amarelos? algo próximo disso.
Tomei coragem, ao final, a dona do sonho sou eu, e pensei ... É um duende sim! Vou encara-lo.
Então olhei bem dentro daqueles olhos, eram preciosos!, mas não amigáveis; eu estava quase num Nirvana e não percebi no primeiro momento, ele não estava ali me adorando não, estava ali para me passar uma mensagem.
Eu não conseguia acreditar que estava tendo este contato! Eu! Crente que isso acontecia por que estávamos fazendo a coisa certa, por que eramos os bons! ahahah Doce ilusão!
Resumindo o papo, eles não estavam contentes com a gente ali, nem com os humanos de modo geral,e me anunciou que estavam se retirando da Terra ( o que nós chamamos de Terra que são as construções do povo da superfície) por tempo indeterminado.
Foi assim que acabou minha carreira de galaxy-star e todas minhas ilusões ao respeito de salvar a raça humana. Caralho! Eu já não queria mais salvar a espécie em extinção! Ou seja, eu não queria mais me salvar.
Depressão! Cai novamente no buraco de Alice sem nenhum coelho para seguir.
Quando cheguei ao fundo, do poço, um novo Novo Mundo se descortinou para mim: O das Plantas Mágicas! Como se tivesse aberto os olhos pela primeira vez, comecei a observar a quantidade absurda de espécies que me rodeavam, haviam estado o tempo todo ali?
Caramba! Parece que as estou vendo pela primeira vez, e mais, parece que nunca tinha estado aqui...
Tentei fazer contas de tempo, quanto tempo havia se passado ao final? Eu me apresentei para elas e elas se apresentaram a mim, Simples assim. Comecei a conhece-las a vê-las e fiquei apaixonada, encantada, embasbacada, e assim estou até hoje.
Minha vocação de curar já convivia comigo desde a tenra infância, desde que me entendo por gente, sempre falei que iria ser médica. desde que comecei a falar já tinha traçado meu caminho de Esculápio, dos bosques herméticos, da extração das essências vegetais, das almas vegetais e do processo que poderia extrair as suas forças, e se, este serviço fosse feito por alguém munido com a forte vontade de curar como eu, seus efeitos estariam garantidos.
O Mundo Vegetal se acha sob influencia dos planetas e está destinado à alimentar e curar o Homem.
Estudei com Paracelso que toda planta é uma estrela terrestre, que suas propriedades físicas estão inscritas na forma das folhas, e suas propriedades astrais, na cor da pétala das suas flores. descobri que existia uma botânica oculta, e que com ela a informação ficava completa.
A flor do Lírio, por exemplo, considerada a própria imagem da criação. a flor que o Anjo Gabriel entrega a Maria na anunciação, o símbolo da castidade e da pureza, representa a ação do fogo primordial sobre a mãe água, com ela se fabrica um perfume mágico que se utiliza para abençoar o local do ato mágico. Serve para reconciliar os amantes. Curas que vão além do corpo físico, já que a doença se encontra enraizada na alma.
Acostumada a morrer, heis que mais uma vez fui salva, e desta vez, pelo Reino Vegetal.

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