segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Montanha Louca: Morte Súbita. Reencarnações Reprogramações Senescências

                                                             foto: Renato Reis

Cada um dá o que recebe e logo recebe o que da, é uma troca. Uma troca de energias, assim também o são, a gestação, o nascimento e a morte. Enquanto somos gerados vamos nos preenchendo de energias que são como programas/memórias, alguns desenvolvidos em vidas anteriores, outros novinhos em folha qual tábula rasa. Cada vez que uma pessoa morre, descarrega todas sus memórias no astral, elas se separam, então aquele conjunto que formava um "eu" não mais existe; assim não temos como lembrar se fomos Cleópatra ou Marco Antônio, embora possamos estar operando com memórias de Cleópatra e Marco Antônio. Da para entender? Não neh! Então!
Era o dia 8 de maio de 1988. Estávamos numa casinha na Pedra da Bruxa, iriamos assistir e testemunhar uma prática xamânica trazida diretamente dos nossos ancestrais tarahumaras, se trata de morrer e renascer na mesma operação. Oi? Sim, isso mesmo!
Claro que o N1, foi a primeira cobaia voluntária, já que não havia vontade maior, nem razão maior, e nem ninguém tão afins de morrer aqui e agora.
Desnecessário dizer, que naquele, momento, quase trinta anos atrás, nós, eu, não tinha a mais pálida ideia do que estava fazendo; embora fossem inquestionáveis os efeitos que se seguiram.
Os efeitos que se seguiram a esta experiencia que no começo parecia ter falhado, por causa da cobaia que teve um surto psicótico seguido de tentativa de suicídio, e pirações gerais. Antes de mim passaram dois assistentes, um fritou  e o outro deixou este mundo, é, a próxima seria eu.
Nesse intervalo de tempo aprendi a calcular os mapas e comecei a me aprimorar nesse sentido, já que o tal do mapa tinha feito todo o sentido para mim. E assim quando finalmente chegamos na Terra Prometida, no Jardim do Êden, na Montanha Encantada, na Montanha Louca, a primeira a ser reprogramada, fui eu!
É um quarto Prata, e uma hora Prata; e eu vou ali morrer, e já volto. Me sinto esquartejada, descerebrada e um pouco sonsa. Sei que sou eu, grande novidade! Oi? Peraî, sim sou eu sim, mas tem uma coisa diferente! Estou pensando em português! Corro com a vista aquela pequena barraca e vejo à mão papel e caneta, fiquei alegre começo a escrever com medo de esquecer, e não é que meu português é fluente! Fiquei tão animada e satisfeita que não prestei atenção em mais nada! Tinha mudado tudo! O primeiro milagre a gente nunca esquece !
É engraçado avaliar a reação das pessoas mais próximas à você, por que eles vêem o mesmo que viam antes, então voltam com seus bordões e provocações, que você verifica não mais fazem efeito.
Circulava com uma certa elegância e proteção pelas facções internas do palácio, e este novo espírito imprimiu a força que precisava para poder usar e abusar do meu corpo e judiar à vontade de todos os meus ossos, músculos, células e articulações.
E a coisa se pulverizou, eu repassei o processo a quem estava no processo, e assim todos os que são como eu, fizeram. E assim por ser a mais experiente, me tornei primeira assistente do Mago Geral, do Cirurgião das Almas, do Número Um, o Grandão, O mais falante e rimbombante, ou o título que ele gostava mais: O Açougueiro Místico! Neste tempo testemunhei todo tipo de milagres da área curativa e de todas as outras. É realmente complicado tentar colocar em palavras a dimensão deste ato mágico, para sorte minha mais de oitocentas almas se beneficiaram deste processo de cura xamánico, e nos anos que se seguiram todo mundo queria saber que fazia este Velho Doido nessa Montanha Louca! Assim, nesse sentido, tem centenas de testemunhas que não me deixam mentir. Embora tenha angariado minha fama de ser muito mentirosa, de levar a mentira à enésima potência, até transformá-la numa estratégia, a estratégia da verdade.
Como cobaia tive todo tipo de permissões, o resultado é este aqui, algo que não se sabe exatamente o que é, mas ... como não sabia antes que importância pode ter não sabe-lo agora?
Nesta liberdade consentida, causei muitos estragos pelo caminho, e não me orgulho por isso, mas tendo sempre em mente estar desperta e consciente; plantei algumas rosas também.
Estas reprogramações permitiram que alguns programas vitais que estavam do lado de lá precisando entrar, e alguns programas de cá, esgotados, que estavam precisando sair; conseguissem seus objetivos promovendo a felicidade e o equilíbrio de modo geral; e mais ambiciosamente, ampliar o espectro e a velocidade da transformação ( que salvaria a raça em extinção).
- E se quiséssemos saber onde está tal ou qual programa... seria possível?
- Teríamos que rastreá-lo de vida em vida, de planeta em planeta... mmm... nhãa... creio que não!
Tal vez isto só fosse possível no reino da imaginação, neste reino,neste tempo de esperas, de subidas, e descidas, mortes e ressurreições, no final, se tem a impressão que somos sempre os mesmos! Dando voltas sobre o mesmo tema! Tudo se tornou tão familiar entre nós que era comum nos chamarmos com nomes familiares, coisa que quando feita entre órfãos, tem um tom de sarcasmo. Posso disser que fizemos uma grande mistureba de memórias e que ao final não tínhamos muita certeza de quem era quem. Mas que importância isso tem, se aqui ninguém é ninguém?
As melhores férias são aquelas que você tira de você mesmo.

2 comentários: